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"Nós, Constantino e Licínio, Imperadores,
encontrando-nos em Milão para conferenciar a respeito do bem e da
segurança do império, decidimos que, entre tantas coisas benéficas à
comunidade, o culto divino deve ser a nossa primeira e principal
preocupação. Pareceu-nos justo que todos, os cristãos inclusive, gozem
da liberdade de seguir o culto e a religião de sua preferência. Assim
qualquer divindade que no céu mora ser-nos-á propícia a nós e a todos
nossos súditos.
Decretamos, portanto, que, não obstante a existência de anteriores
instruções relativas aos cristãos, os que optarem pela religião de
Cristo sejam autorizados a abraçá-la sem estorvo ou empecilho, e que
ninguém absolutamente os impeça ou moleste... . Observai outrossim, que
também todos os demais terão garantia a livre e irrestrita prática de
suas respectivas religiões, pois está de acordo com a estrutura estatal e
com a paz vigente que asseguremos a cada cidadão a liberdade de culto
segundo sua consciência e eleição; não pretendemos negar a consideração
que merecem as religiões e seus adeptos. Outrossim, com referência aos
cristãos, ampliando normas estabelecidas já sobre os lugares de seus
cultos, é-nos grato ordenar, pela presente, que todos os que compraram
esses locais os restituam aos cristãos sem qualquer pretensão a
pagamento... [as igrejas recebidas como donativo e os demais que
antigamente pertenciam aos cristãos deviam ser devolvidos. Os
proprietários, porém, podiam requerer compensação.]
Use-se da máxima diligência no cumprimento das ordenanças a favor dos
cristãos e obedeça-se a esta lei com presteza, para se possibilitar a
realização de nosso propósito de instaurar a tranquilidade pública.
Assim continue o favor divino, já experimentado em empreendimentos
momentosíssimos, outorgando-nos o sucesso, garantia do bem comum".
Com a Conversão de Constantino ao Cristianismo e da sua proclamação de tolerância aos cristãos, Constantino achou que, com o Império Romano
sendo tão grande, vasto e diverso, nem todos concordariam em abandonar
seus credos religiosos e abraçar o Cristianismo. Então, Constantino
permitiu, e mesmo promoveu a “cristianização” de crenças pagãs. Crenças
completamente pagãs e totalmente antibíblicas ganharam nova identidade
“cristã”.
Assim surge no Concílio de Niceia a Igreja Católica Apostólica Romana. Surge a Mulher Identificada em Apocalipse Cap. 17 e 18.
Como Igreja Imperial e Romana é a segunda Besta de Apocalipse 13:11-18 pois esta é a Imagem da Primeira Besta, porém com roupagem não só política como a primeira Besta, o Império Romano Apoc. 13:1-17, porém esta é política e religiosa. Assim Surge a Igreja Romana, um Paganismo com roupagem "Cristã".
Seguem-se alguns claros exemplos disso:
(1) O Culto a Ísis, deusa-mãe do Egito e esta religião, foram absorvidas
no Cristianismo, substituindo-se Ísis por Maria. Muitos dos títulos que
eram usados para Ísis, como “Rainha dos céus”, “Mãe de Deus” e
“theotokos” (a que carregou a Deus) foram ligados a Maria. A Maria foi
dado um papel exaltado na fé cristã, muito além do que a Bíblia a ela
atribui, com o fim de atrair os adoradores de Ísis para uma fé que, de
outra forma, não abraçariam. Na verdade, muitos templos a Ísis foram
convertidos em templos dedicados a Maria. A primeira indicação clara da
Mariologia Católica ocorre nos escritos de Origen, que viveu em
Alexandria, Egito, que por acaso era o lugar principal da adoração a
Ísis.
(2) O Mitraísmo foi uma religião no Império Romano do 1º ao 5º século
d.C. Foi muito popular entre os romanos, em particular entre os soldados
romanos, e foi possivelmente a religião de vários imperadores romanos.
Mesmo que jamais tenha sido dado ao Mitraísmo um status “oficial” no
Império Romano, foi de fato religião oficial até que Constantino e
imperadores romanos que o sucederam substituíram o Mitraísmo pelo
Cristianismo. Uma das principais características do Mitraísmo era a
refeição sacrificial, que envolvia comer a carne e beber o sangue de um
touro. Mitras, o deus do Mitraismo, estava “presente” na carne e no
sangue do touro, e quando consumido, concedia salvação àqueles que
tomavam parte da refeição sacrificial (teofagia, comer o próprio deus). O
Mitraísmo também possuía sete “sacramentos”, o que faz com que as
semelhanças entre o Mitraísmo e o Catolicismo Romano sejam tão numerosas
que não as podemos ignorar. Constantino e seus sucessores encontraram
um substituto fácil para a refeição sacrificial do Mitraísmo no conceito
da Ceia do Senhor/Comunhão Cristã. Infelizmente, alguns cristãos
primitivos já haviam ligado o misticismo à Ceia do Senhor, rejeitando o
conceito bíblico de uma simples e adorativa rememoração da morte e
sangue derramado de Cristo. A romanização da Ceia do Senhor completou a
transição para a consumação sacrificial de Jesus Cristo, agora conhecida
como a Missa Católica/Eucaristia.
(3) A maioria dos imperadores romanos (e cidadãos) era henoteísta. Um
henoteísta é alguém que crê na existência de muitos deuses, mas dá
atenção especial a um deus em particular, ou considera um deus em
particular como supremo e acima dos outros deuses. Por exemplo, o deus
romano Júpiter era supremo acima do panteão romano de deuses. Os
marinheiros romanos eram freqüentemente adoradores de Netuno, o deus dos
oceanos. Quando a Igreja Católica absorveu o paganismo romano, ela
simplesmente substituiu o panteão de deuses pelos santos. Assim como no
panteão romano de deuses havia um deus do amor, um deus da paz, um deus
da guerra, um deus da força, um deus da sabedoria, etc, da mesma forma,
na Igreja Católica havia um santo “responsável” por cada uma destas
coisas, e muitas outras categorias. Assim como muitas cidades romanas
tinham um deus específico para ela, também a Igreja Católica
providenciou “santos padroeiros” para as cidades.
(4) A supremacia do bispo romano (o papado) foi criada com o apoio de
imperadores romanos. Com a cidade de Roma sendo o centro do governo para
o Império Romano, e com os imperadores romanos vivendo em Roma, a
cidade de Roma alcançou proeminência em todos os aspectos da vida.
Constantino e seus sucessores deram apoio ao bispo de Roma como
governante supremo da Igreja. Logicamente é o melhor para a unidade do
Império Romano que o governo e estado religioso sejam centralizados no
mesmo lugar. Mesmo a maioria de outros bispos (e cristãos) resistindo à
idéia da supremacia do bispo romano, o bispo romano ascendeu à
supremacia, por causa do poder e influência dos imperadores romanos.
Quando houve a queda do Império Romano, os papas tomaram para si o
título que anteriormente pertencia aos imperadores romanos - Máximo
Pontífice.
Muitos outros exemplos poderiam ser dados. Estes quatro devem ser
suficientes para demonstrar a verdadeira origem da Igreja Católica.
Logicamente a Igreja Católica Romana nega a origem pagã de seus credos e
práticas. A Igreja Católica disfarça suas crenças pagãs sob camadas de
teologia complicada. A Igreja Católica desculpa e nega sua origem pagã
sob a máscara de “tradição da igreja”. Reconhecendo que muitas de suas
crenças e práticas são em essência estranhas à Escritura, a Igreja
Católica é forçada a negar a autoridade e suficiência da Escritura.
A origem da Igreja Católica é a trágica mistura de Cristianismo com
religiões pagãs que o cercavam. Ao invés de proclamar o Evangelho e
converter os pagãos, a Igreja Católica “cristianizou” as religiões pagãs
e “paganizou” o Cristianismo. Embaçando as diferenças e apagando as
distinções, sim, a Igreja Católica se fez atraente às pessoas do Império
Romano. O resultado foi que a Igreja Católica se tornou a religião
suprema no “mundo romano” por séculos. Contudo, um outro resultado foi a
mais dominante forma de apostasia cristã do verdadeiro Evangelho de
Jesus Cristo e da verdadeira proclamação da Palavra de Deus.
Porém existiam cristãos que viviam escondidos da "Igreja Católica Apostólica Romana", a Igreja Imperial. Esta é a Mulher de Apocalipse Cap.12. Que seria preservada e alimentada fora da vista da serpente por 1.260 anos. Sabemos que a Igreja Católica Romana governou de forma sucinta por este período de tempo cumprindo a profecia ao pé da letra.
Veja: Sobre
a besta 666 fazer guerra contra os santos e vencê-los, existem
7 passagens referentes; um tempo dois tempos e meio tempo, 42
meses, e 1260 dias, Daniel 7,25, e 12,7. E Apocalipse
11,2,3. e 12,6,14. e 13,5.
Esse tempo é profético, portanto são 1260 anos que se estendeu de 538 a 1798.
Vejamos o Cumprimento da Mulher (Igreja) de Apocalipse Cap.12 ao ser levada ao deserto para ser preservada e ali alimentada.
Não é fácil traçar um lugar exato para o movimento dos Anabatistas, pois os mesmos
mudavam-se durante os períodos de graves perseguições. Outro problema é o apelido
que eles levavam. Houve tempo em que mais de um apelido foi usado para designar
o mesmo grupo de pessoas, é o caso dos montanistas na Ásia, Paulicianos na Armênia
e Donatistas na África do Norte, todos viveram na mesma época entre os séculos IV
ao VIII. No período que vai desde o ano 160 até 1100, houve pelo menos quatro grandes
e influentes grupos de anabatistas.
São eles: Os Montanistas - principalmente na
Ásia Menor;
Os Novacianos - Na Ásia Menor e na Europa;
Os Donatistas - por toda
a África do Norte;
Os Paulicianos - primeiramente no oriente médio, indo para
o centro europeu e de lá para os Alpes no sul e regiões campestres no norte da Europa.
Os apelidos que receberam derivavam-se ou de um nome pessoal (exemplo: Donatistas
de Donato) ou podia ser derivado de um lugar (exemplo: Albingenses da cidade de
Albi no sul da França). Porém, o que mais importava nestes quatro grupos, não era
o nome que recebiam, mas se realmente eram fiéis às doutrinas da Bíblia.
Os Anabatistas Conhecidos Como "MONTANISTAS"
Oficialmente
os "montanistas" foram os primeiros cristãos a serem chamados de anabatistas
pelos cristãos infiéis ou hereges. O apelido montanista vem do nome próprio MONTANO,
que foi um pastor frígio que viveu aí por volta de 156 A .D.
Foi um movimento que varreu toda Ásia Menor num momento em que as igrejas estavam
sendo destruídas pelas heresias da Salvação pelo batismo e a idéia de um bispo monárquico.
Os montanistas insistiam em que os que tivessem decaído da primeira fé deveriam
ser batizados de novo.
O historiador contemporâneo Earle E. Cairns diz
que o movimento "foi uma tentativa de resolver os problemas de formalismo na
igreja e a dependência da igreja da liderança humana quando deveria depender totalmente
do Espírito Santo." E também acrescentou que o "montanismo representou
o protesto perene suscitado dentro da igreja quando se aumenta a força da instituição
e se diminui a dependência do Espírito Santo." (O Cristianismo através dos
Séculos, pg 82 e 83).
Como sua mensagem era uma necessidade para as igrejas o movimento espalhou-se rápido
pela Ásia Menor, África do Norte, Roma e no Oriente. Algumas igrejas grandes chegaram
mesmas a serem chamadas de Montanistas. Foi o caso da igreja de Éfeso. Tertuliano, considerado um dos maiores Pais da Igreja,
por ser bom estudante da Bíblia, atendeu aos apelos do grupo e tornou-se montanista.
Apesar de serem radicais quanto as regras de fé de uma igreja era povo humilde e
manso.
As igrejas erradas logo reagiram contra esse movimento. No concílio de Constantinopla,
em 381 (portanto nesta época a igreja e o Estado já estavam casados um com o outro),
os pastores das igrejas heréticas ou católicas declararam
que os montanistas deviam ser olhados como pagãos, serem julgados e mortos.
As igrejas erradas tinham verdadeiro ódio aos montanistas. O próprio Montano é visto
como um arqui-herege da Igreja. Os livros inventam e condenam o movimento chamando-o de
pagão e anti-cristão. Na verdade pagãos e anti-cristãos eram os membros das igrejas
erradas. Assim que as igrejas erradas se casaram com o Estado veio a perseguição
das mesmas contra os montanistas.
Os Anabatistas Conhecidos Como "NOVACIANOS"
O segundo grupo de anabatistas oficialmente conhecidos são os "novacianos".
Assim como os montanistas este apelido é proveniente do nome próprio "Novácio".
Novácio foi um pastor da Ásia Menor que viveu cerca de 251 A .D. Pouco sabemos sobre
sua pessoa, mas a julgar pelos membros de sua igreja foi um homem fiel a Deus. Os
novacianos foi o primeiro grupo a ser chamado de catharis, ou seja, os puros. Isso
devido a pureza de vida que levavam. Temos algumas informações a respeito destes
anabatistas pelos maiores historiadores da historia da Igreja:
Mosheim, Vol. I, pag 203
"Rebatizavam a todos que vinham do Catolicismo".
Orchard em Alix?s Piedmont C 17, pg.. 176
"As igrejas assim formadas sobre o plano de comunhão restrita e rígida disciplina
obtiveram a alcunha de puritanos. Foram a corporação mais antiga de igrejas cristãs
das quais temos qualquer notícia, e uma sucessão delas, provaremos, continuou até
hoje. Tão cedo como em 254 esses dissidentes (cristãos verdadeiros) são acusados
de terem infeccionado a França com as suas doutrinas, o que nos ajudará no estudo
dos albingenses...
Estas igrejas existiram por sessenta anos sob um governo pagão, durante cujo tempo
os velhos interesses corruptos em Roma, Cartago e outros lugares não possuíam meios
senão os da persuasão e da censura para pararem o progresso dos dissidentes. Durante
este período as igrejas novacianas foram muito prósperas e foram plantadas por todo
o império romano. É impossível calcular o benefício do seu serviço a comunidade.
Conquanto rígidos na disciplina, cismáticos no caráter, foram achados extensivos
e numa condição florescente quando Constantino subiu ao trono em 306 A .D."
W. N. Nevins, comenta que:
"Na conclusão do quarto século tinham os novacianos três ou quatro igrejas
em Constantinopla, assim como em Nice, Nicomédia, Cocíveto e Frigia, todas elas
grandes e extensivas corporações, além de serem muito numerosas no Império Ocidental.
Havia diversas igrejas em Alexandria no século quinto. Aqui Cirilo, ordenado bispo
dos Católicos Romanos, trancou as igrejas dos novacianos. O motivo foi o rebatismo
dos católicos. Foi lavrado um édito em 413 pelos imperadores Teodósio e Honório
declarando que todas as pessoas rebatizadas e os rebatizadores seriam punidos com
a morte. Conformemente, Albano, zeloso ministro com outros foi assim punidos por
batizar. Como resultado da perseguição nesse tempo muitos abandonaram as cidades
e buscaram retiro no país e nos Vales do Piemonte, onde mais tarde foram chamados
de valdenses.".
O Dr. Robinson em Eclesiastical Reserches , 126 traça a sua continuação até a reforma
e a aparição do movimento anabatistas do século. XVI. E acrescenta: "Depois
quando as leis penais os obrigaram a se esconder em lugares retirados e a adorarem
a Deus secretamente, foram designados por vários nomes".
Parece que o movimento dos novacianos, apesar de iniciar um século depois do movimento
montanista, cresceu mais que o primeiro, pelo menos no ocidente. Enquanto o Montanismo
crescia na Ásia Menor e no Oriente, os novacianos cresciam mais no ocidente. Um
terceiro grupo, os donatistas, cresciam mais na África do Norte.
Os Anabatistas Conhecidos Como "DONATISTAS"
Os donatistas foram o terceiro grupo a serem oficialmente chamados de anabatistas.
Foram assim chamados devido serem da mesma opinião que Donato, pastor na cidade
de Cartago por volta do ano 311 A .D.
A Origem dos Donatistas
Este movimento apareceu em Cartago durante a perseguição de Diocleciano. O motivo
foi simples: Recusaram comunhão comum com os pastores apóstatas como foi o caso
de Felix, pastor da maior igreja em Cartago. Felix sacrificou aos ídolos e ao imperador
na perseguição de Diocleciano. Muitos fiéis morreram na mesma época por recusar
agir da mesma forma. Findada a perseguição Felix ordenou ao ministério Ciciliano,
acusado de ser um traidor. Donato solicitou a sua deposição, pois, sustentava que
o fato de não ter sido fiel no tempo da perseguição invalidava a possibilidade de
Felix ordenar. Esta solicitação é justa e bíblica. Se um pastor é deposto de seu
cargo por cair na apostasia que direito ele terá de ordenar alguém? Apoiado pelos
pastores das grandes igrejas do ocidente, Felix permaneceu no cargo. Desapontados
em ver as escrituras sendo atropeladas os cristãos fiéis do norte da África fizeram
o mesmo que os do Oriente, Ásia Menor e do Ocidente, excluíram da comunhão os pastores
e igrejas infiéis. Os que assim agiram foram conhecidos como Donatistas.
A Identificação dos Donatistas com os outros grupos de Anabatistas
Donatistas e Novacianos eram idênticos em sua doutrina e disciplina. Crispim, historiador
francês, diz deles que concordavam:
"Primeiro, pela pureza dos membros da igreja, por afirmarem que ninguém devera
ser admitido na igreja senão tais como verdadeiros crentes santos e reais. Depois
pela pureza da disciplina da igreja. Terceiramente, pela independência de cada igreja.
Quartamente, eles batizavam outra vez aqueles cujo primeiro batismo tinham razão
de por em duvida".
Não há dúvida de que a maior identificação que liga os quatro grupos de anabatistas
primitivos - montanistas, novacianos, donatistas e paulicianos - foi a recusa em
aceitar as heresias pós-apostólicas das igrejas erradas. Isso levou-os a rebatizar
os membros vindos dessas igrejas e consequentemente recusar a comunhão com as mesmas.
O certo é que todas, por defender as verdades bíblicas, receberam o apelido de anabatistas.
Os Donatistas perseguidos verbalmente por Agostinho;
Um fato interessante da história dos donatistas é a disposição de Agostinho, o tão
famoso pai da igreja, em debater esses fiéis, mais precisamente ao bispo donatista
Petiliano. Agostinho tentou censurá-los em palavras, mas diante da Bíblia não houve
como vencê-los, pois a Bíblia dava-lhes razão. Perdendo o combate em palavras, Agostinho
passou a persegui-los com a espada imperial. Condenou os donatistas nas seguintes
questões:
- Eram separatistas. Negavam-se a unirem com as igrejas oficiais;
- Insistiam no rebatismo dos que passavam da igreja oficial para a deles;
- Eram irredutíveis em questão de fé;
O bispo donatista Petiliano, contra quem Agostinho debateu, assim respondeu ao bispo
católico: - "Pensai vós em servir a Deus matando-nos com as vossas mãos? Enganais
a vós mesmos. Deus não tem assassinos por sacerdotes. Cristo nos ensina a suportar
a perseguição, não vingá-la". E o bispo donatista Gaudencio diz: - "Deus
não nomeou príncipes e soldados para propagarem a fé. Nomeou profetas e pescadores".
Os bispos católicos (alguns na África) começaram uma nova moda a partir de 370 A
.D. Foi a de batizar criancinhas recém-nascidas. Uma idéia prontamente defendida
por Agostinho, que fez o seguinte comentário: " Quem não quer que as criancinhas
recém-nascidas do ventre das suas mães sejam batizadas para tirarem o pecado original...
seja anátema". Essa idéia tão anti-bíblica foi totalmente recusada pelos donatistas.
Aumentou assim as divergências entre católicos e donatistas.
O Crescimento dos Donatistas;
O crescimento desse grupo de anabatistas foi espantoso. No concílio feito por Teodósio
II em 441 na cidade de Cartago, compareceram 286 bispos da igreja oficial e 279
bispos donatistas. Robinsom declara que: "tornaram-se tão poderosos que a corporação
católica invocou o interesse do imperador Constantino contra eles, pelo que os donatistas
inqueriram: - que tem o imperador a ver com a igreja? Que tem os cristãos a ver
com o rei? Que tem os bispos a ver no tribunal?". O historiador Orchard, relatou
que: "tornaram-se quase tão numerosos como os católicos romanos". E o
historiador Jones diz na sua Conferencia Eclesiastica, Vol. I, pg 474: "Rara
era a cidade ou vila na África em que não houvesse uma igreja donatista".
A Perseguição contra os Donatistas;
O crescimento foi tanto que espantou Constantino.. Este imperador, que dizia-se
cristão, encheu as igrejas oficiais de favores. Na História da Igreja Católica,
página 20, temos o seguinte relato: "O clero foi colocado no mesmo pé de igualdade
dos sacerdotes pagãos em matéria de isenção e obrigação civis. Eram permitidos os
testamentos em favor da igreja". No mesmo livro na página vinte diz: "Constantino
fez doações, saídas do tesouro público a igreja que começava a acumular bens e grandes
rendimentos".
Estes favores porém, só eram concedidos as igrejas oficiais, justamente aquelas
que venderam a fé por privilégios humanos, aquelas que desde o princípio precisaram
ser excluídas por mudarem até o plano de salvação. Na página 24 do livro já mencionado,
segue-se o seguinte relato: "Aboliram a lei da crucificação, porém, não estendeu
nenhum desses favores aos cristãos dissidentes, os montanistas por exemplo. No seu
entusiasmo de preservar a unidade de fé e disciplina, o imperador mostrou-se tão
ativamente hostil para com os dissidentes, tais como os donatistas, que qualquer
um que novamente estivesse preocupado com a futura liberdade da igreja teria passado
um mal bocado". No livro O Papado na Idade Média, pagina 24, esse relato é
confirmado: "Constantino não podia tolerar, especialmente a diversidade das
crenças e dos cultos que caracterizava a igreja enquanto ainda vaga a confederação.
Manifestou essa resolução imediatamente, quando, após os sínodos pouco categórico
de Roma, Cartago, e Arles, condenou pessoalmente os donatistas no ano de 316 A .D.
O movimento foi praticamente exterminado com a chegada dos muçulmanos. Em 722 A
.D. o islamismo tomou conta do norte da África. As igrejas cristãs na África, tanto
donatistas, como as católicas - tanto as de rito ocidentais como as orientais -
foram destruídas. O movimento sobreviveu com outros nomes em outros lugares. Os
que conseguiram sobreviver foram para o sul da França, em Albi, para os Alpes no
sul da Europa, como o Piemonte. Devido aos decretos de punição com a morte de quem
não batizasse as criancinhas, ficaram os donatistas praticamente impedidos de entrar
nas cidades ocidentais e orientais da Europa.
Os Anabatistas Conhecidos Como "PAULICIANOS"
Os Paulicianos podem ter sido o mais antigo grupo de anabatistas que se conhece.
A falta de dados sobre o seu princípio, e o falso relato das igrejas orientais sobre
eles dificultam uma data exata para o inicio desse movimento.
A Origem dos Paulicianos;
As tradições narradas pelos monges da igreja grega, dizem que os paulicianos surgiram
na segunda metade do século sétimo, tendo como fundador um tal Constantino. Realmente
Constantino , um pastor pauliciano, existiu. Mas era simplesmente uma pastor, que,
em 690 A .D., foi morto por lapidação por ordem dos bispos gregos.
Na História de Gibbon, VI, pg 543, Gibbon classifica o paulicianismo como a forma
primitiva do cristianismo:
"De Antioquia e Palmira deve ter sido espalhada a Mesopotâmia e a Pérsia; e
foi nestas regiões que se formou a base da fé, que se espalhou desde as cordilheiras
do Tauro até o monte Arará. Foi estas a forma primitiva do Cristianismo.
Noutro lugar, V, pg 386, diz ele:
"O nome pauliciano, dizem os seus inimigos que se deriva de algum líder desconhecido;
mas tenho certeza de que os paulicianos se gloriaram da sua afinidade com o apóstolo
aos gentios".
No livro A Chave da Verdade, escrito pelos próprios paulicianos, citado por Gregório
Magistos no décimo primeiro século, e descoberto pelo Sr. Fred C. Conybeare, de
Oxford, em 1891, na Biblioteca do Santo Sínodo, em Edjmiatzin da Armênia, afirma
nas páginas 76-77 que são de origem apostólica:
"Submetamo-nos então humildemente à Santa igreja universal, e sigamos o seu
exemplo, que, agindo com uma só orientação e uma só fé, NOS ENSINOU. Pois ainda
recebemos no tempo oportuno o santo e precioso mistério do nosso Senhor Jesus Cristo
e do pai celestial: a saber, que no tempo de arrependimento e fé. Assim COMO APRENDEMOS
DO SENHOR DO UNIVERSO E DA IGREJA APOSTÓLICA, prossigamos; e firmemos em fé verdadeira
aqueles que não receberam o santo batismo (na margem: a saber, os latinos, os gregos
e armênios que nunca foram batizados); como assim nunca provaram do corpo nem beberam
do santo sangue do nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, de acordo com a Palavra
do Senhor, devemos traze-los a fé, induzi-los ao arrependimento, e dar-lhes o batismo
- rebatiza-los."
Fica claro que eles não se denominavam paulicianos, porém, "a igreja Santa,
Universal e Apostólica". As igrejas romanas, gregas e armênias, eram duramente
condenadas por eles. Condenavam principalmente o batismo por imposição (praticado
pelos imperadores) e o batismo infantil.
Outro relato interessante é o do professor Wellhausen, na biografia que escreveu
sobre Maomé, na Enciclopédia Britânica, XVI, pg 571, pois ali os paulicianos são
chamados de "sabian", que é uma palavra árabe que significa "batista".
Crescimento e Perseguição dos Paulicianos
Na enciclopédia acima mencionada diz que os sabianos - ou batistas - encheram com
seus adeptos, a Siria, a Palestina, e a Babilônia. O maior grupo estava fixado nas
regiões montanhosas do Arara e do Tauros. O motivo de escolherem este lugar de tão
difícil acesso é a perseguição movida contra eles pelas igrejas gregas. Enquanto
Montanistas, Novacianos e Donatistas eram perseguidos mais pelas igrejas romanas,
as igrejas gregas perseguiam os paulicianos no oriente.
O crescimento não podia deixar de despertar os inimigos. No ano de 690, o já mencionado
pastor Constantino, foi apedrejado por ordem do imperador, e seu sucessor queimado
vivo. A imperatriz Teodora instigou uma perseguição na qual, dizem, foram mortos
na Armênia cem mil paulicianos.
Por incrível que pareça foram tolerados por muito tempo pelos maometanos. Isso deixou-os
a vontade e foram eles os grandes missionários da idade das trevas entre os anabatistas.
Espalharam-se pela Trácia em 970, pela Bulgária, Bosnia e Servia após o ano 1100.
Em todos estes lugares foram como missionários enviados pelas igrejas paulicianas.
O historiador Orchard revela que "um número considerável de paulicianos esteve
estabelecido na Lombardia, na Insubria, mas principalmente em Milão, aí pelo meado
do século onze e que muitos deles levaram vida errante na Franca, na Alemanha e
outros países, onde ganharam a estima e admiração da multidão pela sua santidade.
Na Itália foram chamados de Paterinos e Cátaros. Na França foram denominados búlgaros,
do reino de sua emigração, também publicanos e boni homines, bons homens; mas foram
principalmente conhecidos pelo termo albigenses, da cidade de Albi, no Languedoc
superior".
Em 1154 um grupo de paulicianos emigrou para a Inglaterra, tangidos ao exílio pela
perseguição. Uma porção deles estabeleceram-se em Oxford. Willyan Newberry conta
do terrível castigo aplicado ao pastor Gerhard e o povo. Seis anos mais tarde outra
companhia de paulicianos entrou em Oxford. Henrique II ordenou que fossem ferreteados
na testa com ferros quentes, chicoteados pelas ruas da cidade, suas roupas cortadas
até a cintura e enxotados pelo campo aberto. As vilas não lhes deviam proporcionar
abrigo ou alimento e eles sofreram lenta agonia de frio e fome." É interessante
lembrar ao leitor, que João Wycliff (1320-1384), considerado a "estrela d?alva"
da Reforma, iniciou justamente em Oxford sua luta para reformar a podridão do catolicismo.
Sem dúvida ele teve algum contato com algum sobrevivente dos paulicianos.
A partir do século XII o nome pauliciano foi caindo em desuso. Conforme suas emigrações
e campos missionários, foram recebendo novos nomes ou se fundindo com os outros
grupos de anabatistas da Europa. No sul o nome perdeu-se entre os albingenses e
valdenses. No centro e norte da Europa foi aos poucos prevalecendo o nome de "anabatistas".
Concluímos então que esta é a Mulher Descrita em Apocalipse 12. Os pré-reformadores criam na doutrina Anabatista que é a doutrina puramente da Bíblia. A Sã doutrina que não sofreu nenhuma contaminação com Roma e nem se embriagou com o seu vinho embriagante.
Se a sua denominação advoga preceitos, crenças e dogmas com origem no papismo, romanismo e paganismo então cumpra com a Advertência do Anjo:
"Sai dela povo Meu". (Apocalipse 18:4).
Hoje os verdadeiros Anabatistas são conhecidos como sendo a
IGREJA DE DEUS (7º DIA), A Mulher descrita em Apocalipse12.
Irmão Guilherme Araújo.
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