MIGUEL SERVET, O UNITARISTA QUE JOÃO CALVINO MANDOU MATAR!


Miguel Servet, o médico que Calvino mandou matar, porque não acreditava na Trindade. Quanta ignorância!
Miguel Servet foi queimado vivo por cerca de 5 horas , com lenhas verdes, só porque não aceitava o ensino da Trindade. João calvino, fundador da Igreja Presbiteriana, conseguiu o apoio da Igreja católica para queimar este médico que divergia de seus ensinos. 
O médico Dr. Miguel Servet, por sinal um excelente médico, que além de descobrir o modo correto da circulação , à despeito daquilo que Galeno erroneamente ensinava na época , era um estudioso meticuloso da Medicina . Miguel servet também saia todas as noites do Seminário onde estudava , para dar atendimento médico à doentes acamados em lugarejos pobres e fazia tudo isso " de graça" , por amor em ajudar os outros. 
Seu inimigos religiosos do Seminário diziam que ele saia à noite para " procurar mulheres " . Miguel Servet provou que isto era uma calúnia , pois disse que JAMAIS poderia fazer isso, visto que havia sido " castrado" quando ainda era criança. Como de fato foi mesmo . 
Relata-se que enquanto Miguel Servet estava sendo queimado vivo , um bispo se aproximou dele, com o terço na mão e lhe disse : - " Miguel, se arrependa em nome do Filho de Deus " Ele respondeu : - " Seu hipócrita ! Se você mesmo está dizendo que ele é o Filho de Deus, como é que você quer que eu aceite que ele seja o Deus-Filho? " " E além do mais , visto que vocês estão usando o meu dinheiro , vocês poderiam comprar lenhas secas, assim a minha morte seria mais rápida " 
É uma pena que a Inquisição impunha seus conceitos religiosos " à espada e fogo" àqueles que discordavam de seus ensinos.

O nome de Miguel Servet, ou Michael Servetusem latim, acha-se definitivamente incorporado à história da medicina. Servet foi um precursor deHarvey na descoberta da circulação sangüínea. Foi quem primeiro descreveu a circulação pulmonar com exatidão.
Nascido em Aragão, na Espanha, seu verdadeiro nome de família era Michael Villanueva. O nome de Serveto, por ele mesmo adotado, transformou-se em Servet, em francês, eServetus, em latim.
Espírito irrequieto, combativo, devotado a questões transcendentais de natureza religiosa e filosófica, viveu de 1511 a 1553, em meio às disputas religiosas resultantes da Reforma liderada por Lutero e Calvino.
Estudou leis em Toulouse, teologia e hebraico em Louvain, e medicina em Paris e Montpelier, tendo-se destacado por seu interesse pela anatomia.
Durante toda a sua vida, Servet escreveu sobre questões religiosas e dedicou-se à exegese da Bíblia. Pregava a volta a um cristianismo "puro", tal como fora ensinado por Jesus. Um dos dogmas da Igreja por ele contestado, e que o fez cair em desgraça, foi o da Santíssima Trindade. As suas idéias e os seus escritos desagradaram tanto aos católicos como aos protestantes.
É interessante conhecer a razão de seu interesse pela circulação pulmonar. Está escrito na Bíblia que "a alma da carne é o sangue" (Lev. 17.11) e que "o sangue é a vida (Deut. 12.23). No livro dos Salmos (104. 29), por sua vez, a importância da respiração para a manutenção da vida é ressaltada nas seguintes palavras: "se lhes tira a respiração, morrem, e voltam para o seu pó".
Essas passagens bíblicas levaram Servet a estudar a circulação pulmonar, onde o sangue e o ar se misturam, pois no seu entender, o conhecimento da circulação pulmonar conduziria a uma melhor compreensão da natureza da alma.
Sua descrição da circulação pulmonar está assim redigida:
"A força vital provém da mistura, nos pulmões, do ar aspirado e do sangue que flui do ventrículo direito ao esquerdo. Todavia, o fluxo do sangue não se dá, como geralmente se crê, através do septo interventricular. O sangue flui por um longo conduto através dos pulmões, onde a sua cor se torna mais clara, passando da veia que se parece a uma artéria, a uma artéria parecida com uma veia".
Admite-se que Servet tenha realizado observações próprias em animais para chegar a essa conclusão, embora não as tenha mencionado.
A sua descoberta da circulação pulmonar foi divulgada em um livro sobre religião, intitulado Christianismi restitutio, que foi considerado hereje, confiscado e incinerado. Salvaram-se apenas três exemplares, um dos quais se encontra em Paris, outro em Viena e outro em Edimburgo. Uma segunda edição, publicada em Londres em 1723, foi novamente apreendida e incinerada.
Acusado de heresia, Servet foi preso e julgado em Lyon, na França. Conseguiu evadir-se da prisão e quando se dirigia para a Itália, através da Suíça, foi novamente preso em Genebra, julgado e condenado a morrer na fogueira, por decisão de um tribunal eclesiástico sob direção do próprio Calvino. A sentença foi cumprida em Champel, nas proximidades de Genebra, no dia 27 de outubro de 1553.
Puseram-lhe na cabeça uma coroa de juncos impregnada de enxofre e foi queimado vivo em fogo lento com requintes de sadismo e crueldade.
A sua descoberta foi por muito tempo ignorada pela medicina oficial.
Um monumento em sua memória foi erguido em 1903, em Champel, assinalando o local de sua morte.
Joffre M. de Rezende
Membro da Sociedade Brasileira e da Sociedade Internacional de História da Medicina

Wikipedia

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