A formulação da doutrina da Trindade



 A doutrina da trindade nem sempre foi uma  parte do ensinamento cristão. De fato, esta doutrina não foi formalmente estabelecida até o século XIV. É muito interessante conhecer e aprender sobre a história desta doutrina. Este livro foi elaborado para mostrar como a doutrina começou a ser discutida, os eventos que ocorreram para a formulação da mesma e a maneira como foi finalmente aceita. Muito da historia que você irá aprender está no livro intitulado "The Two Republics" (As duas Repúblicas), escrito por A. T. Jones e publicado em 1891 pela Review and Herald Publishing Company (Editora Adventista) em Battle Creek, Michigan. Todas as citações neste material foram extraídas deste livro, caso contrário, as fontes estarão citadas e as páginas referenciais estarão mencionadas. (Tudo de autoria própria será posto em tipo e estilo diferente de letras). "Obs: Isto foi suprimido".

Vamos ver primeiro o modo como iniciou a controvérsia. Esta discussão é freqüentemente chamada de “A Controvérsia Ariana”. Levantaremos a história a partir de um incidente ocorrido na cidade de Alexandria nos primórdios da igreja primitiva pouco tempo depois da morte dos apóstolos de Cristo.
 “Naquela ocasião Alexandre era bispo de Alexandria e Ário era o presbítero responsável numa paróquia da igreja na mesma cidade. Alexandre tentou explicar ‘a unidade da Santíssima Trindade’. Ário discordou da visão apresentada por Alexandre. Uma classe do sínodo dos presbíteros da cidade foi chamada, e a questão foi discutida. Ambos os lados clamaram vitória, e a controvérsia espalhou-se. Então Alexandre convenceu a um concílio de cem bispos, e a maioria dos pontos de vista de Alexandre foram aceitos. Depois disto, Ario recebeu ordens de abandonar suas próprias opiniões para se adaptar às opiniões de Alexandre. Ário refutou, e Alexandre o excomungou junto com todos os outros que sustentavam a mesma opinião de Ário”. “Era um número considerável de bispos e outros clérigos, que apoiavam a Ário”. Era de fato muitas pessoas que o apoiavam. (Pág. 332) Como você pode ver, não era uma pequena controvérsia.

Qual era o significado da controvérsia?
Eram dúvidas em relação à natureza do Filho de Deus. O problema era: O Filho é da mesma substância ou é parecido em substância, com o Pai? Essa era a questão em discussão. A controvérsia foi tratada em cima de termos do idioma grego, e como foi expressa em grego, toda questão girava em torno de uma simples palavra. A palavra que expressava a crença de Alexandre é Homoousion. A palavra que expressava a crença de Ário é Homoiousion
Uma das palavras tem dois ‘i’s, e a outra tem só um. Mas, o por quê a palavra deveria ou não deveria ter aquela letra ‘i,’ adicional, nenhuma das partes puderam determinar com exatidão. Até o próprio Atanásio, que sucedeu Alexandre no bispado de Alexandria, e o transcendeu em outras qualidades, confessou francamente que todas as vezes que ele forçou seu entendimento para meditar sobre a divindade do Logos, era uma penosa tarefa e um inútil esforço que fazia. Sempre ele voltava ao ponto inicial e quanto mais ele pensava, então menos compreendia; e quanto mais escrevia, menor era a sua capacidade de expressar seus pensamentos. ( “Gibbon, Declínio e Queda, Cap. V, versão inglesa par. i ”. Pág. 334)
É bem interessante notar que nem mesmo o principal disseminador da visão de Alexandre, o próprio Alexandre, entendia as coisas que ele estava querendo obrigar aos outros a aceitar. Parecia uma idéia maravilhosa, como então muitas pessoas estavam relutando em aceitar estas novas visões sobre Deus?



  • Vejamos as ideias que Alexandre disseminou.

“Alexandre declarou: —‘O Filho é imutável e invariável, auto-suficiente e perfeito como o Pai, diferenciado somente em autoridade e em que, o Pai é um não gerado. Ele é a imagem exata de Seu Pai. Ele é a imagem que existe do arquétipo [original]; Foi isto que nosso Senhor ensinou quando disse, ‘Meu Pai é maior que Eu.’ E por essa razão acreditamos que o Filho procedeu do Pai; pois Ele é o reflexo da glória do Pai, e a imagem de Sua substância". Porém, ele não deixou que ninguém fosse conduzido disto à suposição de que o Filho, é não-gerado, como é crido por alguns que são deficientes em raciocínio intelectual: Isso apenas para dizer que Ele era, que Ele sempre foi, e que Ele existiu antes de todas as eras, e não dizer que Ele não é gerado”. (Pág. 333).
De acordo com Alexandre, a única diferença entre o Pai e o Filho é que o Filho foi gerado. Explicando como o Filho foi gerado, Alexandre cita Jesus dizendo que Ele procedeu do Pai. Ainda em sua declaração final, Alexandre afirma concernente ao Filho “que Ele sempre foi”. De alguma maneira ele lutou para conciliar a idéia do Filho que é gerado com a nova idéia de que Ele sempre existiu. Esta nova idéia, nós examinaremos mais adiante neste mesmo material.


  • Vamos ver agora o que Ário ensinou.

Ário disse: “Nós dizemos e acreditamos, é ensinado, e ensina-se, que o Filho não é um criatura, de maneira nenhuma uma criatura, até mesmo só em parte; e que a sua subsistência não depende de qualquer matéria; mas que pelo Seu próprio testemunho e palavra, Ele subsistiu antes do tempo, e antes das eras, como Deus perfeito, somente gerado e imutável, e não que Ele não existiu antes. Ele foi gerado, ou ‘criado’, ou pretendido, ou estabelecido. Ele não é criatura. Somos perseguidos porque dizemos que o Filho teve um começo, mas que Deus é sem início. Esta é realmente a causa de nossa perseguição, e também porque igualmente, dizemos que Ele não é do nada. E isto nós dizemos porque Ele é parte de Deus. Ele não é de qualquer matéria subjacente”.  (Pág. 333)
É interessante notar que Ário usou a palavra “criado” ao referir-se ao Filho de Deus, mas como você pode perceber, em sua declaração anterior, ele deixa claro ter entendido que Cristo foi gerado do Pai, e então teve um começo. Ário acreditou verdadeiramente que Cristo era “o único Filho gerado de Deus”.


A expansão da controvérsia
Ario escreveu sozinho um livro intitulado; “Thalia - Canções de Joy”. Uma coleção de canções nas quais ele expôs seus pontos de vista. Este livro foi bem aceito e nas festas deixava a todos em um estado de entusiasmo. As canções doutrinárias foram os meios pelas quais as doutrinas foram divulgadas em todos lugares. Alexandre também fez o mesmo, escrevendo cartas circulares e enviando-as para os principais bispos sobre o assunto. A controvérsia espalhou-se por todos os lugares e aprofundou-se tanto quanto se espalhou. (Pág. 332).
“Marinheiros, moleiros, e viajantes cantaram a discutida doutrina nas suas ocupações ou nas suas viagens. Em todo canto, em cada ruela da cidade [mais tarde isto foi dito de Constantinopla, mas deve ter sido mais verdade ainda em Alexandria] as ruas eram cheias desta discussão, os mercados, o drapers, os cambistas, os victualers. Pergunte para um homem' quanto falta?' Ele responde por dogmas, na existência de gerado e não-gerado. Pergunte o preço do pão, e lhe é respondido,' O Filho é subordinado ao Pai.' Pergunta-se pelo banho se está pronto, e lhe é dito, O Filho surgiu fora do nada”. (Stanley, História Igreja Oriental,' Leitura III, parte. 10).
“O sonho dourado de Constantino de uma Cristandade unida era novamente e gravemente perturbado”. (Pág.337).
Em um esforço para reunir as duas partes o imperador Constantino escreveu uma longa carta para Ário e Alexandre, expressando seu desejo de ter um reino unido. Porém, esta carta teve o efeito oposto, porque fez com que cada lado dissesse que já ganhara a aprovação do imperador. A discussão se aprofundou mais ainda em lugar de ser debelada.


O Concílio de Niceia
Numa tentativa de resolver o assunto, Constantino convocou um concílio geral em 325 d.C. Realizado numa cidade chamada Nicéia (Que significa, Agradável) e assim ficou conhecido como “O Concílio Nicéia”. Estiveram presentes 318 bispos nesta reunião, sem contar, uma companhia inumerável de diáconos, presbíteros, assistentes, e outros criados.
"Então a grande questão que tinha sido a causa do chamado para o concílio foi levantada. Havia três grupos no concílio. Aqueles que apoiavam Alexandre, os que apoiavam Ário, e os que estavam reservados na esperança de se tornarem mediadores, estes ficaram neutros. Ário, enquanto não sendo um bispo, não pôde conquistar um assento oficial no concílio, mas ele tinha vindo sob a ordem expressa de Constantino. Freqüentemente ele era chamado para expressar as suas opiniões.' Atanásio que era o mais responsável pela presente condição da disputa, estava com o próprio Alexandre, entretanto só um diácono, veio com o bispo Alexandre. Este igualmente não se intitulou a um lugar oficial no concílio, porém, teve um grande papel na discussão, influenciando no resultado final do concílio”.
"Rapidamente e a parte, Alexandre e Atanásio reuniram-se com a maior parte dos que estavam no concílio, por perceberem que dependeriam deles para oficializarem um credo; e eles determinaram usar aquele poder na formulação de uma declaração doutrinária como sendo a primeira a ser adotada, o que honestamente seria impossível para o grupo de Ário aceitarem isto, portanto, o melhor seria tentar agrada-los”.
"Na discussão, algumas das canções que Ário tinha escrito, foram lidas. Assim que à parte de Alexandre as ouviu, levantaram suas mãos, e em horror, então taparam seus ouvidos e fecharam seus olhos, pois não podiam se sujar com tamanha heresia”. (Pág. 347)
Note que esta mesma atitude foi usada por um grupo de pessoas na Bíblia.
Estevão fez um discurso em pouco tempo sobre a longa história judia e logo em seguida quando ele exclamou que eles eram culpados de assassinar o Filho de Deus. "Eles, porém, clamando em alta voz, taparam os ouvidos e, unânimes, arremeteram contra ele. E lançando-o fora da cidade, o apedrejaram. As testemunhas deixaram suas vestes aos pés de um jovem chamado Saulo". (Atos 7:57, 58).
"Logo o esboço de um credo foi trazido e assinado por dezoito bispos da parte de Ário; mas não durou o bastante para que existissem muitas cópias de modo que qualquer pessoa pudesse obter uma. Seus oponentes rapidamente rasgaram o documento em vários pedaços e expulsaram a Ário da assembléia com grande alvoroço e selvageria”.


Um credo introduzido por Eusébio
 "Eusébio de Cesareia o panegerista de Constantino, trouxe rapidamente uma proposta e apresentou uma crença que tinha surgido desta disputa e estava amplamente sendo difundida. Ele declarou que esta confissão de fé era uma que ele tinha aprendido na infância, do bispo de Cesareia, uma que ele aceitou em seu batismo, e a qual ele tinha ensinado durante toda a sua carreira de presbítero e também de bispo. Ele declarou como argumento adicional, acreditando que o mesmo seria de grande influencia no concílio, que' o credo tinha sido visto e aprovado pelo imperador, o amado do céu”.
Leu-se como se segue:
“Eu acredito em um Deus, o Pai Todo-poderoso, O criador de todas as coisas, visíveis e invisíveis, e em um Deus Jesus Cristo, a Palavra de Deus, Deus dos deuses, Luz das luzes, Vida das vidas, o único Filho gerado, o Primogênito de toda criatura. Gerado do Pai antes de toda a criação, e por quem foram feitas todas as coisas. Que para nossa salvação foi feito carne, e viveu entre os homens, sofreu e ressurgiu ao terceiro dia ascendendo ao Pai, e que voltará em glória para julgar rapidamente vivos e mortos. E nós acreditamos em um Espírito Santo. Acreditamos em cada um deles ser e ter existido, o Pai, só o Pai; o Filho, só o Filho e o Espírito Santo, só o Espírito Santo, igualmente como nosso Deus, enviado para seus discípulos, para todos os que lho pedirem em oração. Pelo que foi dito: ‘Ide e ensinai todas as nações, batizando-as no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo’. Isto são as coisas que nós afirmamos, assim é, e assim nós pensamos, e que, por muito tempo temos asseverado. Assim, nós permaneceremos firmes nesta fé até a morte, amaldiçoando toda heresia que não seja religiosa. Nós pensamos estas coisas de nosso próprio coração e alma, desde o tempo em que nós soubemos, e desde quando nós pensamos até agora, assim temos dito em verdade, e damos testemunho disto no nome de Deus Todo poderoso, e de nosso Deus Jesus Cristo, e podemos demonstrar e provar, até mesmo persuadir que até nos últimos tempos é o que nós acreditamos e pregaremos”. (Pág. 347, 348)”.
Eusébio de Cesareia, o homem que apresentou este credo, escreveu um livro intitulado a História Eclesiástica de Eusébio. Neste livro, ele declara as suas convicções, que são as convicções que ele aprendeu quando criança e que ele ensinou ao longo da sua carreira. No livro ele declara:
“Como ninguém conhece plenamente o Pai, a não ser o Filho, assim ninguém por outro lado, pode conhecer o Filho completamente, a não ser o Pai, por quem foi gerado... à luz que existiu antes do mundo existir, a sabedoria intelectual... o Verbo vivo que no princípio estava com o Pai antes de toda a criação seja ela visível ou invisível, o primeiro nascido de Deus, o príncipe e líder do anfitrião espiritual e imortal do céu, o anjo do conselho poderoso, o agente executor das vontades secretas do Pai, o criador de todas as coisas com o Pai, o segundo motivo da origem do universo, juntamente com o Pai. O verdadeiro e único Filho do Pai, o Deus dos deuses e Rei de todas as coisas, que recebeu poder e domínio por ter divindade em si mesmo, e poder e honra do Pai. Ele revela o Pai e Criador como a origem de tudo, como seu comandante e soberano, mas ele é a palavra divina do Pai, o Filho que se tornou como um de nós, como o auxiliador sob o comando do Pai. Porém, o próprio Filho não é indiferente à adoração ao Pai. Ele é designado para ensinar o conhecimento do Pai e como Moisés, Ele obviamente fala segundo a vontade do Pai..., O segundo em grau de soberania e ordem, acima de tudo o capitão de todas hostes do Senhor”. (História Eclesiástica de Eusébio, páginas 15-17)”.
Está claro que Eusébio de Cesareia entendia também que Cristo foi gerado (nascido) do Pai antes de todas as coisas. Em seu livro ele cita Provérbios 8: 22-30 para provar o seu ponto de vista.
Na parte de trás do livro tem algo pouco mencionado sobre várias cartas escritas logo após o Concilio de Nicéia.
Compartilharemos porções de algumas delas com você. Veja a seguir esta que é um pedaço de uma carta escrita por Eusébio de Nicomédia: (Por favor, note como este é um Eusébio diferente daquele de Cesareia.).
"Nós nunca ouvimos de dois seres não-criados, nem de dividido em dois; nem temos aprendido ou acreditado que Ele pudesse sofrer qualquer coisa corpórea, mas que há um não-gerado, e outro como Ele verdadeiramente. Nós, não só acreditamos em Sua origem que não pode ser explicada em palavras, mas que não pode ser compreendida também”. (Carta escrita por Eusébio de Nicomédia. Uma Visão Histórica do Concílio de Nicéia, por Isaac Boyle, página 41).
A idéia estranha de que o Pai e o Filho são ambos não-gerados (sem início) era nova para as pessoas naquele momento. Elas sempre tinham entendido que há um não-gerado (sem início) e outro gerado por Ele (com um início). Este era o entendimento comum da maioria das pessoas na época, e antes do Concílio de Nicéia.
Continuemos com os eventos do Concílio de Nicéia. Eusébio de Cesareia apresentou rapidamente o credo que tinha sido amplamente difundido antes da controvérsia.


O Grupo de Ário aceita o credo
"Assim que [a declaração das convicções de Eusébio] foram lidas no concílio, todos da parte de Ário concordaram significativamente e por vontade própria resolveram subscrevê-la. Mas isto não agradou o grupo de Alexandre e Atanásio; que não desejavam muitas coisas. Por isso, estavam determinados a encontrar alguma coisa nas palavras Arianas que pudessem ser usadas contra eles". (Pág. 348)
Por favor, note que os Arianos estavam em harmonia com os ensinos dos cristãos antes do Concílio de Nicéia como apresentado no credo de Eusébio. Mas, isto ainda não agradou o grupo de Alexandre.
Então, "eles procuraram encontrar algum ponto ou alguma palavra nas quais eles poderiam rejeitar tudo isto. Observe que este credo não diz nada sobre a substância do Filho de Deus, e foi esta pergunta que havia motivado a reunião do concilio. Eusébio, bispo de Nicomédia, era o principal dos Arianos que assegurou um assento no concílio. Neste momento uma antiga carta foi apresentada na qual ele declarava que para aceitar o Filho como um ser não-criado, teria que se dizer que ele era de uma mesma substância (Homoousion) com o Pai, e dizer que Ele era de uma mesma substância, era evidentemente uma proposição absurda”.
"Isto deu ao grupo de Alexandre e Atanásio a oportunidade que eles desejavam; pois proveu da parte oposta o argumento necessário. Era a mesma palavra na qual eles estiveram todo o tempo insistido em adotar, e que um dos chefes daquele grupo tinha declarado que o uso da palavra naquele contexto era evidentemente absurda. Então, se eles deveriam insistir no uso daquela mesma palavra, isto certamente excluiria o grupo Ariano. A carta produziu uma excitação violenta. Encontraram o motivo que estavam procurando; a carta foi rasgada em pedaços para demonstrar uma indignação, e a frase que ele tinha se empenhado em rejeitar se tornou a frase que eles exaltaram para adotar.'.( Stanley', História  da Igreja Oriental, Leitura III, part. 22." (Pág. 349)


O Grupo de Alexandre tenta acrescentar ao credo
“Como Constantino já tinha aprovado o enunciado lido por Eusébio, a questão que o grupo de Alexandre levantou e tentou impor, foi de que, só se aprovaria o credo com a inclusão desta palavra em questão. Desta forma ambos os grupos, puseram suas esperanças no imperador. Atanásio e seus companheiros fizeram uma última consulta com ele, e nesta ultima reunião, ganharam o favor de Constantino. Porém, na próxima reunião do concílio, ele apresentou na assembléia o credo de Eusébio novamente, deu-lhe sua aprovação e sobre tudo ordenou que todos o adotassem. Mas, vendo que a maioria não aceitaria o credo de Eusébio da maneira como estava, Constantino decidiu ganhar o favor dos ortodoxos, inserindo no credo a palavra em discussão, e desta forma agradar ao grupo mais influente da assembléia. Constantino creu que este acréscimo poderia ajuda-los a vencer e mesmo sob pressão do medo, favoreceu-lhes. Era possível que os demais não o repelissem completamente. Assim ele conduziu a assembléia usando seu poder e influencia para induzi-los na aprovação do credo final, com o acréscimo da palavra em discussão, e professou ser, o protetor e o intérprete do novo credo”. (De Stanley' História da Igreja Oriental,' A Conferência, pag. 28.)
Constantino ordenou o acréscimo da palavra em discussão. O grupo de Alexandre e Atanásio, agora assegurados da autoridade do imperador, exigiu a adição de outras frases para o mesmo propósito, de forma que, quando finalmente o credo foi escrito por completo, fosse lido da seguinte forma:
Nós acreditamos em um Deus, o Pai Todo-poderoso, o Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um Deus Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado do Pai, só gerado, isto significa dizer, da substância do Pai, Deus dos deuses, Luz das luzes, mesmo Deus do mesmo Deus, gerado, não criado, enquanto sendo de uma mesma substância com o Pai, por quem foram feitas todas as coisas, tanto no céu como na terra; para nós os homens, e para nossa salvação, desceu, e foi feito carne, e foi feito o homem, sofreu, e ressurgiu no terceiro dia, entrou em cima nos céus, e de lá, há de vir julgar novamente os mortos. E acreditamos no Espírito Santo. Mas esses que dizem,' quando Ele não era,' e' Antes dEle ser gerado, que Ele não era, e que Ele entrou em existência do que não era,' ou que professam que o Filho de Deus é de uma pessoa diferente ou' substância.' ou que Ele é criado, ou mutável, ou variável, é amaldiçoado pela Igreja católica.' "Assim ficou o Credo original de Nicéia". (Pág. 349,  350)


Mais adiante novas alterações no credo
Este credo foi modificado de sua forma original. Por favor, note as mudanças que foram feitas. Veja a seguir uma cópia do Credo de Nicéia como se lê hoje:
“Nós acreditamos em um Deus, o Pai, o Todo-poderoso, criador do céu e da terra, de tudo aquilo é visto e não visto. Nós acreditamos em um Deus, Jesus Cristo, o Único Filho de Deus, gerado eternamente do Pai [leituras Originais: o Filho de Deus, gerado do Pai, só gerado], Deus de Deus, Luz da Luz, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus, gerado, não criado, de um Estado com o Pai [leituras Originais: que significa dizer, da mesma substância do Pai]. Por Ele foram feitas todas as coisas. Para nós os homens e para nossa salvação Ele desceu do céu: Pelo poder do Espírito Santo, Ele nasceu da Virgem Maria e se tornou homem. Por nossa causa Ele foi crucificado sobe Pôncio Pilatos; Ele sofreu a morte e foi sepultado”. (O Usual da Massa)
Os católicos definem o termo "eternamente gerado" deste modo:
"A convicção Cristã é que o Cristo da história é o Filho de Deus, eternamente gerado por uma ação incessante do Pai". (Conte-nos Sobre Deus. Quem é Ele? Página 30, pelos Cavaleiros de Colombo).
Isto é o que a Igreja católica ensina hoje. Eles reivindicam que o termo, “eternamente gerado”, é que; Cristo foi gerado do Pai em uma ação incessante. Eles reivindicam que Cristo esteve no processo de sempre ser gerado no passado, ainda estar sendo gerado, e continuamente estará sempre sendo gerado no futuro. Eles adotaram esta idéia aparentemente em uma tentativa para reconciliar este ensino novo de que Cristo sempre existiu com as declarações claras da Bíblia de que Cristo foi gerado ou nascido de Seu Pai.
Note esta citação interessante levantada de uma carta escrita por Ário.
“Ele nos expulsou da cidade como ateus porque nós não consentimos com tais declarações, publicamente proferidas por ele, como se segue: 'Deus sempre é, o Filho sempre é. O Pai e o Filho são co-existentes. O Filho, não-criado, co-existe com Deus, e sempre é gerado: sem ser criado, gerando-O: [Nota: Parece ter havido um pouco de confusão de idéias na mente do bispo, se as palavras dele são informadas corretamente por Ário. É provável que o que se pretenda com esta passagem, é expressar o que é chamado de geração eterna do Filho. Porém, é uma frase pelo qual isto pode não ser considerado notadamente como uma perspicácia]. Deus não precede o Filho em pensamento, nem por um único momento. Sempre Deus, sempre o Filho. Do próprio Deus existe o Filho”.
É porque Eusébio, bispo de Cesareia, seu irmão e Theodotus e Paulinus, Athanasio, Gregorius e Aetius, e todos os bispos do Leste, afirmam que Deus é sem início, que existiu antes do Filho, que eles estiveram condenados, ". (Carta de Ário para Eusébio, Bispo de Nicomédia; tirado de “Uma Visão Histórica do Concílio de Nicéia com uma Tradução de Documentos”, por Isaac Boyle, páginas 39, 40.)
Como você pode ver, a nova idéia que Cristo co-existe junto com Pai não foi aceita de modo geral antes do Concílio de Nicéia, e nem depois que o concílio obrigou a todos os cristãos que adotassem esta nova teoria.
Note outra mudança que foi feita ao Credo de Nicéia desde a época em que foi escrito originalmente. Veja que a expressão ou termo “um com o Pai” foi acrescida no novo credo para descrever sua convicção atual de que o Pai e o Filho são o mesmo ser.
St. Austin escreveu;
"O Filho é uma Pessoa, e o Pai é outra; porém, eles não são constituídos de dois Seres, mas o Pai é o mesmo Ser que o Filho; quero dizer, o único verdadeiro Deus”. (Área. 36, em Joann)
Quando o primeiro Credo de Nicéia foi assinado pelos que estavam no concílio, alguns ficaram especificamente preocupados com o termo “da substância do Pai”.  Eles ficaram preocupados de que alguns poderiam levar isto para o significado de que o Pai e o Filho são o mesmo Ser. Por favor, note a colocação seguinte tirada de uma carta escrita por Eusébio de Cesareia.
"Quando esta forma foi ditada pelos prelados, suas expressões “da substância do Pai”, e' “consubstancial com o Pai,” não foi examinada e verificada antes. Então, conseqüentemente várias perguntas surgiram, e foram dadas as respostas, e o senso destas condições foi considerado cuidadosamente. Eles admitiram que as palavras "da substância" significou que o Filho era do Pai, mas não como uma parte do Pai [o mesmo Ser]. Nós pensamos bem, em como explicar esta doutrina piedosa, de que o Filho era do Pai; porém, não uma parte do Pai. Então, nós aceitamos a seguinte opinião; nem nós rejeitamos a palavra consubstancial, enquanto tendo a promoção da paz à vista, e estando ansioso para evitar uma divisão da certa convicção. Pela mesma razão, nós aprovamos também o uso das palavras procriado (gerado), não criado,' desde que a palavra criado, como eles disseram, não seja comum às outras criaturas que foram feitas pelo Filho, e com o qual Ele não tem nada semelhante; e que então Ele não é feito como esses que foram criados por Ele mesmo, mas, é de uma substância mais excelente que qualquer  ser criado. Os oráculos divinos nos informam, que Ele era do Pai, por um modo de geração que não pode ser concebida nem pode ser expressa por qualquer inteligência criada. Mas pela expressão ‘consubstancial com o Pai’, não há nada mais, a ser discutido, visto que o Filho de Deus não tem nenhuma similitude com seres criados, porém somente o Pai está em todas as coisas, por quem Ele foi gerado, e que Ele não é de nenhuma outra substância ou essência procedente do Pai. A proposição é que assim seja explicado, é justamente isto que nós pensamos que poderíamos consentir”.
“Finalmente nós abraçamos sem ressalva adicional, essas expressões que foram achadas para ser incriticável, quando, em um exame sincero do sentido das palavras, a nós, pareceu que eles concordaram completamente com essas admissões sozinhos, na exposição da fé que propusemos no princípio”. (Retirado de uma carta escrita por Eusebius Pamphilus de Cesareia para a igreja de Cesareia em Uma Visão Histórica do Conselho de Nicéia, com uma Tradução de Documentos, páginas 44-46 por Isaac Boyle).
Está muito claro que Eusébio de Cesareia não acreditava que Cristo era de qualquer forma um ser criado, mas que ele foi procriado (gerado) do Pai, fazendo-O assim de uma natureza muito mais alta que qualquer ser criado. Também é interessante notar que Eusébio de Cesareia estava escrevendo aos Arianos, defendendo sua assinatura no credo. Esta visão não parecia estar contra as convicções dos Arianos. Também, a sua convicção que Cristo foi gerado em lugar de criado foi aceito pelo grupo de Atanásio com satisfação de modo a lhe permitir continuar em sua posição como um bispo.
Eusébio escreveu, que pareceu a ele e aos seus companheiros, que as expressões “da substância do Pai” e “consubstancial com o Pai” eram completamente concordantes com o que ele (Eusébio) tinha trazido primeiro como uma declaração de convicções e que todos os Arianos concordaram em subscrever.
Os termos debatidos foram acrescentados ao credo, e dependendo da definição desses termos, até mesmo alguns desses da persuasão Ariana poderiam aceitar o credo. Mesmo com todos os termos que foram acrescentados ao credo tudo foi levado a uma revisão das definições em uma data posterior, o que veio a se tornar nos ensinos que a Igreja católica prega hoje.


A aceitação do novo credo
Agora voltemos para a descrição do concílio que se encontra em “As Duas Repúblicas”. O Credo original de Nicéia que foi lido um pouco antes da assembléia.
“Assim veio o Credo original de Nicéia. A influência de Constantino levou a muitos no concílio consigo, porém dezessete bispos recusaram-se subscreve-lo. O imperador comandou tudo, obrigando então todos a assinar sob penalidade de banimento. Isto trouxe mais cinco termos ao todo. Eusébio de Cesareia, o panegerista e um dos conselheiros de Constantino levaram um dia inteiro para' deliberar.' Na tal deliberação ele consultou o imperador que assim explicou o termo Homoousion que poderia ser entendido como Homoiousion. Ele declarou que a palavra, como ele a entendia, não envolvia nenhuma ou tal unidade material das pessoas do Deus-Pai, da forma como Eusébio temeu que poderia ser deduzido disto.'. (Stanley “História da Igreja Oriental,”' Leitura III, part. 34. Foi com este pensamento, que então Eusébio adotou e atestou o credo, e o subscreveu.”. (Pág. 350)
Relativo à diferença entre as duas condições que causaram a controvérsia, homoiousion (de substância parecida) e homoousion (da mesma substância), Benjamim G. Wilkinson escreveu o seguinte para:
"Não obstante, esses que pensavam em termos de homoiousion ou' semelhante,' em vez de homoousion, ou 'idêntico,' eram prontamente rotulados como os hereges e Arianos pelo clero. Ainda quando o imperador, Constantino, em autoridade na assembléia do Concílio de Nicéia, Perguntou a Hosius, o bispo que presidia qual é a diferença que estava entre as duas condições, Hosius respondeu que elas eram ambas semelhantes. Todos os bispos, exceto alguns, riram alto e pararam para aclamar o presidente por esta heresia." (Benjamim G. Wilkinson, Verdade Triunfante, página 92)
A disputa envolvia definições de palavras que nem mesmo achou-se na Bíblia. A diferença das palavras era tão secundária, que era difícil de determinar qual era a diferença. Até mesmo os partidários principais da visão Ariana estavam dispostos a acatar ao texto principal do novo credo.
"Eusébio de Nicomédia e Theognis de Nicéia acataram ao texto do credo, mas recusaram-se a aprovar, à maldição pronunciada contra as doutrinas Arianas. Quando a ordem de banimento foi pronunciada; então eles se renderam e concordaram em assinar, contudo mesmo assim eles foram afastados dos seus bispados, e foram postos outros bispos católicos nos seus lugares. Porém, dois dos outros bispos, Theonas de Marmarica, Líbia, e Ptolomeus de Secundus recusaram-se completamente a assinar esta crença e refutaram do início ao fim a esta idéia, estes foram banidos. Ário, parece ter partido em seguida de Nicéia, logo que expulso do concílio. A ordem de banimento foi pronunciada contra ele e os outros. Mas como ele era o expositor principal das doutrinas condenadas, Constantino publicou contra ele o seguinte edito”:
“Vencedor, Constantinus Maximus Augustus, para os bispos e as pessoas: Desde que Ário imitou as pessoas más e incrédulas, pouco é, que sofra igual infâmia. Portanto como profano e inimigo de devoção, por ter composto tratados licenciosos contra a religião, achou uma recompensa satisfatória, como a marca de ferro levará sua infâmia que o subjuga com uma repreensão merecida, seus escritos incrédulos também devem ser destruídos; parece justo que Ário e seus sentimentos devam ser denominados profanos, que ele leve seu título aqueles de quem ele recebeu instrução e aqueles a quem ele imitou. E além disto, qualquer tratado composto por Ário deve ser descoberto e levado às chamas, para que não só a sua doutrina depravada possa ser suprimida, mais que também nenhum de seu ensinos esteja presente, ou seja, deixado em nosso meio. Isto então eu decreto; que se qualquer um que for descoberto escondendo um livro compilado por Ário, e não apresenta-lo imediatamente para ser queimado, a penalidade para esta ofensa será a morte; logo imediatamente depois de confirmada a convicção, o  criminoso sofrerá a pena de morte. Que Deus preserve você”.  (Pág. 350, 351)


Uma tentativa de esconder a história
Seu [Ário] livro, ' Thalia,' foi queimado naquele mesmo lugar; e este exemplo foi seguido assim por diante, isto tornou seus escritos e trabalhos muito raros.'. (Stanley' “ História Igreja da Oriental” Leitura IV, parte. 39.) O decreto que baniu  Ário foi modificado rapidamente, proibindo-o simplesmente de voltar à Alexandria". (Pág.351)
A Igreja católica mostrou todo seu poder para destruir qualquer registro que revelasse a fé de Ário. Os únicos registros que nós temos são esses que escaparam das mãos do poder católico, ou esses que eles escolheram manter, em sua forma original ou adulterada por eles.
"Um erro que tem circulado pelo cristianismo longo tempo, é dizer que tudo ligado ao Arianismo está associado com a crença de que Cristo era um ser criado. [Nota de rodapé: é duvidoso que muitos tenham acreditado que Cristo foi um ser criado. Geralmente, esses grupos evangélicos que se opuseram ao papado e foram marcados com ferro de Arianos, confessaram ambos a divindade de Cristo e que Ele foi gerado, não criado, pelo Pai. Eles recuaram de outras deduções extremas e especulações relativas a Divindade Suprema (Deus-Pai).]" (Benjamim G. Wilkinson, Verdade Triunfante, pág. 92)
"Se os ensinos de Ário eram normalmente apresentados a nós ou não como é, quem pode dizer? Phillipus Limborch duvida que o próprio Ário tenha afirmado que Cristo foi criado em vez de ser gerado. [Nota de rodapé: Limborch, A História da Inquisição, página 95]." (Benjamim G. Wilkinson, Verdade Triunfante, pág. 142)
É interessante que a história da controvérsia Ariana foi muito bem escondida. Assim, é difícil de determinar no que Ário acreditou. Foi necessário que utilizassem a persuasão pela força, pois parece duvidoso que todas as acusações trazidas contra Ário sejam verdadeiras. Tornou-se uma regra geral rotular ou denominar de Arianos todas as pessoas que não aceitassem à doutrina da Trindade. Desde então vem o pensamento que os Arianos acreditam em Cristo como um ser criado, e sendo assim, não como um ser divino. Esta tem sido uma contínua acusação, que se você negar a doutrina da Trindade, isto significa que você acredita que Cristo é um ser criado, e nega a divindade de Cristo. Esta acusação raramente foi precisa, quando aplicada a esses que divergiram com os ensinos aceitos pela Igreja católica.


Os eventos que ocorreram após o concílio de Nicéia
"Como observado antes, esses que estavam contra o credo do Concílio de Nicéia, e que posteriormente aceitaram-no, foi determinado restitui-los as suas condições anteriores o mais rápido possível, e por quaisquer meios isso poderia ser realizado. E eles realizaram isto. A história é curiosa, e as lições que ensina são valiosas".
"Em 327 d.C  morreu a irmã de Constantino, chamada Constância. Ela era de acordo com o grupo Ariano, pois tinha um presbítero Ariano como o seu conselheiro espiritual. Este presbítero a tinha  convencido que Ário tinha sido injustamente condenado pelo concílio. Nos seus momentos agonizantes, ela pediu para o imperador reconsiderar a justiça da oração contra aquele inocente, como ela o declarou.' Constantino a pedido da irmã  enviou uma mensagem posteriormente a Ário, embora recordando-o do seu  banimento, porem, prometendo-lhe manda-lo de volta para a Alexandria. Ário veio e apresentou uma confissão de fé que provou ser satisfatória ao imperador. Ao mesmo tempo Constantino restabeleceu também os outro dois principais Arianos, Eusébio de Nicomédia e Theognis de Ptolemeu, concedendo-lhes o mesmo favor. 'Eles voltaram em triunfo às suas  dioceses, e colocaram os bispos que tinham sido designados para os substituir, em seus devidos lugares.'( Milmam, História do Cristianismo,' livro III. Seção IV. iv, parte 21). Hosius que tinha voltado ao seu lugar na Espanha deixou Constantino que ficou sob fortes influências Arianas, e os bispos Arianos começaram a usá-lo para a realização dos seus propósitos."Em 328 d.C, Constantino fez uma viagem para Jerusalém para inaugurar a igreja que ele tinha construído lá, e Eusébio de Nicomédia e Theognis ambos acompanharam-no. (Pág. 355, 356)
Os Arianos tinham finalmente ganhado o apoio de Constantino, e agora Constantino estava viajando até mesmo ao redor do império com os principais teólogos do grupo Ariano. A influência Ariana em Constantino realmente foi muito forte. Eles obtiveram êxito enviando Atanásio em exílio cinco vezes pelo poder do imperador.
“Atanásio estava novamente condenado e banido. Treves o gaulês, fevereiro, 336 d.C”.
"O retorno de Ário para a Alexandria causou constantes tumultos, então ele foi chamado para Constantinopla. A pedido do imperador, Ário apresentou uma nova confissão de fé que provou ser satisfatória e Constantino ordenou  ao bispo de Constantinopla que recebesse Ário ao companheirismo da igreja em um dia de adoração pública.' Isto era para acontecer num dia de Sábado Sagrado (sábado). Mas, em Constantinopla o domingo também era um dia de adoração pública.' (Neander, História da Religião Cristã e Igreja, Vol. II, Seção Quarto, div. II, um, parte. 30.) O bispo recusou-se definitivamente a recebe-lo. Os Arianos, sob autoridade do imperador, ameaçaram que no dia seguinte, no domingo, iriam força-lo na igreja aos seus próprios modos, obrigando-o a fazer a admissão de Ário para toda sociedade tanto em bem, quanto em posição regular. Durante a celebração de uma ‘oração' pelo exílio de Atanásio, o bispo rezou pedindo seriamente para que Ário morresse de modo bem natural, caso a igreja viesse a cair em desgraça, por esse motivo. Estranhamente Ário morreu na noite do mesmo dia. Em Constantinopla, onde os homens estavam familiarizados com crimes Asiáticos, havia mais que uma suspeita de envenenamento. Mas quando o grupo de Alexandre proclamou que a oração dele tinha sido respondida, eles esqueceram então aquela oração realizada para que aquele fato ocorresse, e que não ha diferença entre rezar para a morte de um homem e desejar que isto aconteça. (Draper: Desenvolvimento Intelectual Europa, ' seção IX, parte 3939. Pág. 358, 359)
"Solicitaram posteriormente em outra petição que foi apresentada a Constantino o retorno de Atanásio para o seu lugar na Alexandria, mas o imperador o denunciou continuamente como orgulhoso, turbulento, obstinado, e intratável, e recusou todos os abaixo-assinados. Em 337, no leito de morte, Constantino foi batizado por um bispo Ariano; e assim encerrou sua vida em uma igreja grata que lhe deu o título de ' o Grande,' entretanto,' testado pelo caráter, realmente, ele está de pé entre os mais baixos e em tudo a quem o epíteto ancião tem sido aplicado em tempos modernos.'.' Enciclopédia Britânica,' Artigo' Constantino." (Pág. 359)


Surgem novos Imperadores
"Constantino foi sucedido pelos seus três filhos; Constantino, vinte e um anos; Constancius, vinte; e Constans, dezessete. Eles dividiram o império entre eles. Constantino II teve a Constantinopla e algumas porções do Oeste, com preeminência de grau; Constancius obteve Thrace, Egito, e todo o Leste; e Constans segurou a maior parte do Oeste. Constancius era um Ariano zeloso, Constantine e Constans não eram nem católico muito menos zeloso." (Página 359)
"Neste mesmo ano [340 d.C] Constantino II foi morto em uma guerra com o seu irmão Constans. Isto deixou o império e a religião entre os dois irmãos. Constancius na Constantinopla e o Leste, Constans no Oeste. Nos domínios de Constans todo os Arianos eram hereges; nos domínios de Constancius todos os católicos eram os hereges. A guerra religiosa continuou, e aumentou em violência." (Pág. 360)
"Em fevereiro, 350 d.C., Constans foi assassinado pelo usurpador Magnentius, e em 353 Constancius se tornou o único imperador pela derrota final e morte do usurpador. Constancius sentia-se tão seguro da autoridade imperial exclusiva, que determinou impor a doutrina Ariana como à religião oficial do império. E para executar vingança contra Atanásio, ele propôs realizar isto de um modo ortodoxo, por um concílio geral. Da mesma forma que seu pai tinha estabelecido a doutrina de Atanásio e que foi aceita por todos os católicos ortodoxos, assim ele estabeleceria a doutrina Ariana por um processo igual, isto não poderia ser de modo algum menos estritamente ortodoxo." (Pág. 366)
"Os oficiais começaram imediatamente a reunir as tropas necessárias na cidade e com o maior sigilo possível. Vinte e três dias foram necessários para isso, e uma tropa com a força de cinco mil, tomou posse das partes mais importantes da cidade. Na noite anterior de um dia solene e festivo da igreja, Atanásio estava administrando os serviços na igreja de St. Theonas. De repente, à meia-noite, havia em toda parte da igreja, som de trompetes, passos de cavalos, e estrondo de braços; as portas foram arrombadas, e como uma nuvem de flechas atiradas, os soldados avançaram desembainhando suas espadas, para prenderem Atanásio. 'Os gritos dos feridos, os gemidos dos que foram pisoteados tentando forçar a seu modo passagem pelas tropas, os gritos dos assaltantes, misturaram-se em um alvoroço selvagem e melancólico. ( Milman, “História do Cristianismo,' livro III, seção V. parte 28 ). No tumulto, Atanásio novamente, escapou. (Pág. 372, 373)
Cenas como estas não eram incomuns. O matrimônio da igreja com o Estado resultou em todo tipo de violência. Foram eleitos os bispos e ordenados enquanto estavam rodeados por guardas fortemente armados para os proteger das multidões amotinadas, sobre as quais eles estariam a presidir.


O Concílio de Rimini
"No verão de 359 d.C, mais de quatrocentos bispos reuniram-se em Rimini, oitenta destes eram Arianos. Cento e sessenta reuniram-se em  Seleucia, dos quais, cento e cinco eram Semi-Arianos; aproximadamente quarenta eram Arianos, enquanto os católicos ainda eram menores em número. Um oficial civil do alto escalão foi designado para representar o imperador em  cada concílio, e a pessoa designada em  Rimini foi orientada a não permitir que nenhum bispo fosse embora até que todos os que tivessem vindo, saíssem com um pensamento único concernente a fé. Era possível que futuramente viessem a existir pequenas dificuldades causadas por uma só mente, assim um credo foi elaborado e enviado ao concílio para ser assinado. Haviam naquela época com o imperador Sirmium cinco bispos, dois quais todos eram Arianos ou semi-Arianos e um dos deles era George de Alexandria. Eles prepararam um credo. Os pontos principais eram como se segue:
"' Nós só acreditamos em um e verdadeiro Deus, o Pai, a origem de tudo, Criador e mantenedor de todas as coisas, e em um só Filho de Deus, gerado, que foi gerado do Pai sem nenhuma mudança antes de todas as eras e todo o começo e todo tempo concebível, e toda substância compreensível. De Deus para Deus, semelhante ao Pai que o gerou de acordo com os Escritos Sagrados, cuja geração ninguém sabe [entende], mas o Pai tinha gerado-O. A palavras ousia, porque foi usada pelos Pais em simplicidade [que significa dizer, com boa intenção], mas não sendo compreendida pelas pessoas, ocasionou escândalos, não está contida nos Escritos Sagrados. Esta será excluída e nenhuma menção futura será feita a ousia com respeito a Deus. Mas nós confirmamos que o Filho é semelhante ao Pai em todas as coisas, como a Bíblia ensina e fala.'" (Pág. 377, 378)
Constancius usava seu poder para persuadir todos a assinar o novo credo. Da mesma maneira que o seu pai fez antes, Constancius ameaçou de banimento a todos que não assinassem o seu credo. Note porem, o que foi escrito sobre o Concílio de Milão, só alguns anos antes deste concílio.
"Ele declarou então que, quem não assinasse poderia esperar o banimento. Ao ouvir esta declaração os bispos ortodoxos se ergueram com o levantar de suas mãos para céu, e pediram ao imperador que temesse a Deus, Aquele que lhe tinha dado o domínio, mas que poderia não ser mantido; que também temesse o dia do julgamento, e não confundisse o poder secular com a lei da igreja, nem introduzisse na igreja a heresia Ariana”. (Hefele, História dos Concílios da Igreja,' 74, parágrafo 6).
“Eles se esqueceram que muitos deles mesmos tinham aprovado por unanimidade com Constantino no Concílio de Nicéia um discurso idêntico, mas agora eles estavam condenando a atitude de Constancius no Concílio de Milão. Aprovando a atitude de Constantino em forçar os outros a aceitarem o que eles acreditavam, eles roubaram de si mesmos o direito de protesto, quando Constancius ou qualquer pessoa decidisse forçar alguém a acreditar em suas próprias convicções, deveriam ter pensado nas coisas erradas que eles mesmos haviam plantado e que agora estavam colhendo”.(Pág. 368)
Podemos aprender uma importante lição deste episódio. Em qualquer momento, se alguém fizer uso da força, para persuadir outras pessoas a acreditar em alguma coisa pessoal, quer seja pelo governo ou por quaisquer outros meios, estará andando no caminho de Satanás e com todos seus seguidores. Não há nenhuma sanção na Bíblia para usar a força em persuadir outros a acreditar de um certo modo. Este espírito foi manifestado pela Igreja católica muitas vezes ao longo da Idade Média. Este espírito é o espírito do diabo. Deixe-nos lembrar desta valiosa lição.


A doutrina ariana torna-se ortodoxa
Constantius teve sucesso em tornar a doutrina Ariana ortodoxa em 360 d.C.
A confissão do imperador foi publicada por todo longo império, e todos os bispos foram ordenados a assiná-la sob penalidade de exílio para todos os que se recusassem. 'Esta ordem foi executada com extremo rigor em todas as províncias do império, e poucos foram os que não assinaram com as suas próprias mãos o que eles condenavam em seus próprios corações. Muitos dos que tinham sido pensadores invencíveis e insuperáveis, que por vezes tinham sido obedecidos; como não se retrataram, foram banidos, sem distinção para seus exílios, outros em seus quartos se resignaram a assinatura da confissão que era um requisito de qualificação indispensável para se obter e manter uma dignidade episcopal. Assim todos foram vistos ao longo do império como Arianos. Sem dúvida alguma, no Leste inteiro não foi deixado um só bispo que não fosse ortodoxo, mas um permaneceu no Oeste; isto é, Gregório, bispo de Elvira na Andaluzia, e ele, apesar de toda moral,  foi obrigado à ausentar-se do seu rebanho que mentira para poder esconde-lo”. (Bower, A História dos Papas,  Liberius, pag. 24, 25.
"Assim Constancius acabou conseguindo muito mais do que o seu pai havia conseguido, estabelecendo a unidade da fé. Esta fé era originalmente Ariana. E o Arianismo tornara-se agora completamente ortodoxo, isto se o senso comum da palavra a ser usada, é como havia sido completamente católica, com o Atanasianismo”. (Pág. 381, 382).
Este período da história é ignorado totalmente pela maioria dos católicos. Poucos aceitariam admitir que a doutrina Ariana foi considerada ortodoxa uma vez na história da Igreja Católica.


A doutrina da Trindade restabelecida
Porém, este não era o fim da controvérsia. Como nós veremos, a doutrina de Atanásio foi novamente estabelecida na Igreja Católica.
“Em 375 morreu Valentinian, e foi sucedido pelos seus dois filhos, Gratian, dezesseis anos, e Valentinian II, quatro anos mais velho”.
"Gratian serviu como um instrumento nas mãos dos bispos. Ambrose foi uma vez bispo de Milão, e nunca teve sua ambição episcopal tão insolente e arrogantemente afirmada naquele prelado. Logo a mente do bispo exerceu sua supremacia em cima do menino imperador, e Ambrose impôs sua vontade à Gratian por ser ainda fraco e irresoluto.” (Milman , A História do Cristianismo” Livro III, seção VIII, parte 28).
Mas acima de todas as coisas, outro feito de Gratian, que redundou na maior glória da Igreja católica foi à escolha de Theodosius como imperador associado. Valens foi morto em uma batalha com os góticos, 378 d.C. Uma mão mais forte que o de um jovem de dezenove anos foi exigida para segurar as rédeas do Império no Leste.
"No estabelecimento da Igreja católica, o lugar de Theodosius é somente o segundo ao de Constantino. Mais ou menos no começo do ano 380 ele foi batizado pelo bispo católico de Tessalônica, e imediatamente após, ele emitiu o seguinte edito”.
“É nosso prazer que as nações que são governadas por nossa clemência e moderação, firmemente devem aderir à religião que foi ensinada através de São Pedro aos Romanos e que a fiel tradição esteja preservada, e que é agora professada pelo pontífice Damasus, e por Pedro, bispo de Alexandria, um homem de santidade apostólica. De acordo com os ensinos dos apóstolos, a doutrina do evangelho nos leva a acreditar na deidade exclusiva do Pai, do Filho, e do Espírito Santo: Sob igual soberania, em uma Trindade piedosa. [Esta é a primeira menção da palavra Trindade em quaisquer dos credos ou editos, conforme o que de melhor eu tenho conhecimento.] Nós autorizamos que os seguidores desta doutrina assumam o título de Cristãos Católicos; e como julgamos que todos os outros são loucos e extravagantes, nós os marcamos com ferro, com o infame nome de hereges e declaramos que pelas suas convicções já não usurparão o título respeitável da Igreja. Além da condenação da justiça divina, eles devem esperar para sofrer as penalidades severas que nossas autoridades, guiadas pela  sabedoria celeste, pensará para infligir a eles”.
Esta lei foi emitida nos nomes dos três imperadores, Gratian, Valentinian II, e Theodosius. Assim a religião do mundo romano inteiro foi ordenada por dois meninos fracos e um rude soldado espanhol. (Milman, A História do Cristianismo Livro III, seção IX, parte 1).
“Em Constantinopla os católicos eram tão poucos que na ascensão de Theodosius eles não tiveram um lugar regular para a reunião, nem tiveram qualquer pastor”.(Pág. 387,  388).


O Concílio de Constantinopla
"No começo do ano 381 Theodosius emitiu um édito que foi expedido para todas as igrejas dentro de seus domínios, a todos os bispos e outros eclesiásticos que deveriam recusar subscrever ao credo de Nicéia. Pelo oficial comissionado com força militar, o edito foi executado em todas as províncias do Leste. Tendo estabelecido a sua religião desta maneira, ao longo do império, a próxima coisa a fazer, era aguardar um concílio geral para endossar sua ação, compondo as disputas que perturbaram o próprio partido católico, e ter novamente renovada a fé da Igreja católica. Com esta finalidade um concílio geral foi convocado a se reunir em Constantinopla neste mesmo ano, 381 d.C”.
"O concílio se reuniu no mês de maio, e foi composto por cento e oitenta e seis bispos. Cento e cinqüenta eram católicos, e trinta e seis Macedonianos (Macedônicos)”. (Páginas 391, 392).
Cento e cinqüenta bispos moldaram a seguinte crença:.
“Nós acreditamos em um Deus, o Pai Todo-poderoso, Criador do céu e da terra e de todas as coisas visíveis e invisíveis. E em um Deus Jesus Cristo, o único Filho gerado de Deus, gerado do Pai antes de todos os tempos [eras] [Note que eles ainda acreditavam que o Filho de Deus foi gerado do Pai antes de todas as eras], Luz das luzes, Deus dos deuses, gerado, mas não criado da mesma substância com o Pai, por quem todas as coisas foram feitas; a quem para nós os homens, e para nossa salvação, desceu do céu, e foi encarnado pelo Espírito Santo na Virgem Maria e foi feito homem; que foi crucificado para nós sobe Pôncio Pilatos. Sofreu e foi enterrado e ao terceiro dia ressurgiu novamente de acordo com a Bíblia, e ascendeu ao céu, e se sentou à direita do Pai; e Ele voltará com glória para julgar ambos os vivos e os mortos; a quem o reino não terá fim. E acreditamos no Espírito Santo, o Deus e doador da vida que procede do Pai; a quem com o Pai e com o Filho é juntamente adorado e glorificado; quem falou pelos profetas. E em uma Sagrada Igreja Católica e Apostólica. Nós reconhecemos um batismo para a remissão dos pecados. Nós acreditamos na ressurreição dos mortos, e na vida do mundo que há de vir. Amém”. (Pág. 396).
Até este tempo a parte principal da controvérsia estava em cima da relação do Pai e de Seu Filho. Mas com este novo credo, foi acrescentado o Espírito Santo como um terceiro indivíduo. Foi assim que a doutrina atual da Trindade foi primeiro apresentada em um credo.
Embora a doutrina da Trindade tenha sido votada pela maioria, muitos não subscreveram aos ensinos da Igreja Católica neste assunto.
"Ninguém culpará os evangélicos por ter recuado de uma visão papal da Trindade, quando a história mostra que as suas visões eram fortes o bastante, para fazer dois Papas assinarem decretos contra a política do papado com respeito à Nicéia." (Benjamim G. Wilkinson, Verdade Triunfante, pág. 93)
Aqueles que recuaram das extremas especulações e conclusões dos que assim são denominados Trinitarianos acreditaram em Deuteronômio 29: 29; “As coisas secretas pertencem a nosso Deus: mas as coisas que são reveladas pertencem a nós e as nossas crianças pra sempre”.  (Ibid., pág. 93, 94)
Os Cristãos Valdenses que guardaram o verdadeiro evangelho ao longo da Idade Média não acreditavam na doutrina da Trindade.
"Não é de se espantar que o Céltico, o Gótico, o Valdense, as Igrejas da Armênia, e a grande Igreja do Leste, bem como também outros grupos, diferiram profundamente do papado em suas concepções metafísicas da Trindade e conseqüentemente na importância dos Dez Mandamentos”. (Ibid, pág.94)
"Evidentemente Cláudio, enquanto mantendo que Cristo era por natureza divino, não aceitava as especulações extremas relativas ao Deus Pai votado pelo primeiro Concílio de Nicéia. Esta foi à verdade da maioria dos grupos evangélicos que diferiram da Igreja de Roma”. (Ibid, pág. 222).
Esses que rejeitaram a doutrina da Trindade assim o fizeram, porque esta afetou muitas outras doutrinas.
"Nisto, porém, [a doutrina da Trindade] teve tal efeito profundo em outras doutrinas relativas ao plano de salvação e em atos externos de adoração, que uma abertura foi criada entre o papado e as instituições da igreja fundadas por Patrick na Irlanda”. (Ibid, pág. 92).


A doutrina central da Fé Católica
"A ardente pergunta das décadas que se sucedem ao Concílio de Nicéia, é; como declarar as relações das Três Pessoas da Divindade Maior (Godhead) [Nota do tradutor: a palavra Godhead é traduzida pelos católicos e crentes em geral, pela palavra trindade, embora seu sentido seja o Deus Principal] o Pai, Filho, e Espírito Santo. O concílio tinha decidido, e o papado tinha apropriado-se da decisão como se fosse sua”. (Ibid, pág. 91) É neste dia, que o papado admite que a doutrina da Trindade foi formulada.
“O mistério da Trindade é a doutrina central da Fé católica. Nisto está baseado todos os outros ensinos da Igreja”.
"A Igreja estudou este mistério com grande cuidado e, depois de quatro séculos de clarificação, decidiu declarar a doutrina desta maneira: dentro da unidade do Godhead [Deus] há três Pessoas, o Pai, o Filho, e o Espírito Santo". (Manual Para o católico de Hoje, pág.11)
"Nossos oponentes [os protestantes] às vezes reivindicam que nenhuma crença deveria ser dogmatizada que não é explicitamente declarada na Bíblia (ignorando que é somente na autoridade da Igreja que nós reconhecemos a certeza dos Evangelhos e não outros como verdadeiros). Mas as igrejas protestantes por elas mesmas, têm aceitado tais dogmas como a Trindade pela qual não há nenhuma autoridade precisa nos Evangelhos". (Revista Vida, 30 outubro de1950)
A Igreja católica não adquiriu a doutrina da Trindade da Bíblia, mas adaptou-a das religiões pagãs.
"A trindade Platônica, é meramente um rearranjo das antigas trindades que datam dos povos antigos, parece ser a Trindade Filosófica Racional de atributos que deram à luz a três hipóstases ou a três pessoas divinas ensinadas pelas igrejas cristãs... como este filósofo grego (Platão, quarto século a.C.) tinha  a concepção da trindade divina. A trindade pode ser encontrada em todas as antigas religiões pagãs." (Paris, 1865-1870, Nouveau Dictionnaire Universel, editado por M. Lachâtre, Vol,. 2, pág. 1467)


O Testemunho de Escritores do Começo da Igreja
Justino Mártir, citando Provérbios 8, refere- se a Cristo na seguinte declaração:
"O Senhor criou-me no começo de seus caminhos e de seus trabalhos. Ele gerou-me antes de todas as colinas. Ele acrescenta: Você percebe, meus ouvintes, se você dá atenção no que a Bíblia tem declarado que este Descendente foi gerado pelo Pai antes que todas as coisas fossem criadas; e aquele que é gerado é numericamente distinto daquele que o gera, qualquer um admitirá”. (Justino Mártir, Dialogue com Trypho, Capítulo CXXIX)
Irineu de Leão escreveu;
"Para a Igreja, embora dispersa em todo mundo e a até mesmo nos confins da terra; temos recebido dos apóstolos e dos seus discípulos a fé em um Deus, Pai Todo-poderoso, o criador do céu e da terra e do mar e tudo que neles há; e em Jesus Cristo, o Filho de Deus”.(Contra Heresias 1:10: 1, 189 d.C)
Tertuliano escreveu;
"Nós realmente acreditamos que há só um Deus, mas nós acreditamos sob esta dispensação, ou, como dizemos, oikonomia, também há um Filho deste um só Deus, sua Palavra a quem procedeu e por quem foram feitas todas as coisas e sem Ele nada foi feito". (Contra Praxeas 2, 216 d.C)
Orígenes escreveu;
"Os pontos específicos que são passados claramente pela oratória apostólica são estes: Primeiro, que há um Deus que criou e organizou todas as coisas, a quem, quando nada existiu, chamou todas as coisas a existência, e que no tempo final este Deus, da mesma maneira que ele tinha prometido anteriormente pelos profetas, enviou o Deus Jesus Cristo. Secundariamente, somente Jesus Cristo, que nasceu do Pai antes de todas as criaturas; e que depois veio para ser o auxiliador do Pai na criação de todas as coisas, para que por ele todas as coisas fossem feitas. (As Doutrinas Fundamentais 1:0:4 , 225 d.C)
Novatian escreveu;
"Deus o Pai, fundador e criador de todas as coisas, que tudo sabe desde o começo, que é invisível, imensurável, imortal, e eterno, é um Deus. Nem a Sua grandeza, nem a Sua majestade, nem o Seu poder podem possivelmente ser – eu não deveria dizer excedido, porque eles não podem ser igualados. Dele... a Palavra foi nascido, Seu Filho... E posteriormente, desde que ele nasceu do Pai, sempre está no Pai. E eu realmente digo sempre... Ele existe no Pai Eterno antes que todas as coisas tivessem existido, para ele que existe antes de todas as épocas o tempo não pode ser contado em relação [Nota: o tempo não pode ser contado]. Seguramente, ele [o Filho] é Deus, procedente de Deus, tornando-se conseqüentemente como Filho, uma segunda pessoa depois do Pai, mas não da maneira do Pai, pelo fato que Deus é um". (Tratado sobre Trindade 31, 235 d.C)
Epiphanius de Salames escreveu;
"Nós acreditamos em um Deus, o todo-poderoso o Pai, criador de todas as coisas, visível e invisível; e em um Deus Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado de Deus o Pai, só gerado, que significa dizer, da substância do Pai; Deus dos deuses, Luz da luzes, verdadeiro Deus do verdadeiro Deus; gerado, não criado”. (O Homem Bem ancorado, pg.120, 374 d.C)
St. Patrick escreveu;
“Não há nenhum outro Deus, nem tem sido antes, nem será daqui por diante, exceto Deus o Pai, não-gerado, sem começo, de quem é todo o começo, em quem todas as coisas estão apoiadas como dizemos, e Seu Filho Jesus Cristo”, (Confissão de St. Patrick 4,   452 d.C)
O testemunho dos primeiros escritores da igreja deixa claro que o conceito da Trindade era estranho ao Cristianismo até ter sido adotado no Concílio de Nicéia. Desde aquele tempo a doutrina sofreu algumas alterações até se tornar à que se exalta hoje como a doutrina central da fé católica. Protestantes reivindicam ser livres de tradições católicas, contudo à maioria das igrejas protestantes abraçam a doutrina da Trindade, junto com muitos outros ensinos católicos, embora eles não possuam nenhuma evidência bíblica clara para apoiá-los.
Muitas pessoas gostariam que você acreditasse que a doutrina da Trindade sempre foi uma parte do ensino Cristão. Porém, está claro que este ensino foi adotado pela Igreja Católica há muito tempo depois da morte de Cristo e de Seus apóstolos. Também está claro que os cristãos no começo não abraçaram esta doutrina.
Desde o princípio dos tempos, aos dias de Cristo e além desses dias, sempre o povo de Deus acreditou que Cristo foi trazido (nascido) antes de todas as eras e que Deus, Seu Pai, entregou-O por nós. “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito (gerado) para que todo aquele nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16) Esta era a crença dos Apóstolos. Esta é a crença que os servos de Deus guardaram até o quarto século. Esta é a crença que os filhos de Deus preservaram nas florestas ao longo da Idade Média, e esta é a crença que a verdadeira igreja de Deus abraçará até o retorno de Cristo.
“Como erros fundamentais, nós poderíamos classificar o falso Sábado (o domingo) entre outros erros que os protestantes trouxeram da igreja católica, bem como o batismo por aspersão, a trindade, a consciência dos mortos e o tormento eterno. O grupo que abraçou estes erros fundamentais fez isto por ignorância sem dúvida; mas poderá a igreja de Cristo levar junto de si estes erros até as cenas do julgamento que hão de vir sobre mundo? Nós não acreditamos”. (Tiago White, Review and Herald, 12 de setembro de 1854)
Vamos abandonar o erro fundamental da Trindade, que não pode ser encontrado no passado, antes do século quarto, a menos que você olhe às religiões pagãs. Eu oro para que você esteja de pé com os poucos, crentes ou remanescentes que rejeitam esta doutrina não bíblica; não porque eu desejo levantar-me com arrogância contra a Igreja Católica, por esta doutrina, mas porque esta doutrina tem resultados negativos sobre o equilíbrio de muitos outros aspectos de nossa fé Cristã.

Fonte: The Formulation of the Douctrine of the Trinity,
Truth Seekers Ministries

Wikipedia

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